Por Ana Carolina

Como as tradições juninas impactam na agricultura

Tem quem diga que o mês de junho é o melhor do ano, isso porque o calendário festivo nesse período se destaca com uma das maiores comemorações do Brasil, a tão esperada festa junina.

Tendo ligação direta com a agricultura, principalmente familiar, o Brasil tem relação não somente pela decoração e vestuário, mas também pelas comidas típicas como: arroz-doce, bolos diversos, pé de moleque, maçã do amor, pipoca, paçoca, quentão, pastel, pinhão, cri-cri, pamonha, caldo de legumes e muito mais, o que consequentemente tem aumentos consideráveis na produção agrícola desses alimentos durante o mês todo.

A origem veio das celebrações pagãs, muito popular nos povos antigos, pois eles costumavam comemorar a chegada do verão, pedindo fartura e prosperidade no plantio. Ganhou destaque de fato, quando a igreja católica associou a festa a 3 Santos celebrados em junho: Santo Antônio no dia 13, São João dia 24 e São Pedro no final do mês, mais precisamente no dia 29. 

Assim, a celebração se popularizou em Portugal, que consequentemente trouxe essa tradição ao Brasil no século XVI, inicialmente pelo nordeste, onde até hoje é realizada a maior festa junina do país. 

Quando falamos da festa, todas as comidas feitas a partir do milho roubam a cena, fazendo parte da maioria dos quitutes da comemoração. Sua colheita acontece entre os meses de junho e agosto, e alguns agricultores seguem uma tradição antiga, onde acreditam que se o plantio acontecer em março, na semana do santo São José, quando for acontecer a colheita terão muita abundância. 

Falando em destaque, outro grão que não fica de fora da comemoração é o amendoim. De acordo com dados da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), o consumo da semente chega a aumentar 30% nesse período do ano. Ele marca presença na festa junina de diversas formas, como: torrado, doce, salgado e até é usado puro em muitas regiões do Brasil. 

O vestuário e decoração da celebração remete muito à cultura caipira, o que idealiza a realidade da vida no campo. Mesmo que hoje em dia o trabalho na roça tenha evoluído com o auxílio da tecnologia, a essência dessa cultura ainda é a mesma, se tratando da vida de grande parte da população brasileira.

Hoje os “arraiás” não se limitam somente ao forró, as quadrilhas e as brincadeiras da festa junina, a fogueira muito dedicada ao santos celebrados nessa época, aquecem a economia e aumentam as vendas das “coisas da roça”, como: o milho de pipoca e de canjica, mandioca, coco, cana-de-açúcar destacando a cachaça e a rapadura, os diversos tipos do amendoim, o vinho e o gengibre muito usados no preparo do quentão e o nosso pinhão, a típica semente do Paraná. 

O grande faturamento nessa época é visto em todas as áreas da agricultura, mas na familiar o aumento é significativo, surpreendendo e animando os trabalhadores. Vale ressaltar que no turismo, no ramo varejista e moda, também são beneficiados com mais vendas no mês de junho. 

E aí, você já tirou a camisa xadrez, o chapéu e a bota do fundo do guarda-roupa para aproveitar as festas juninas esse ano?!